Cabeças d’águaCabeça vazia no alto do morro,Recebe o choro das nuvensE os rios pedem socorroIgnorado por descaso do povo O ronco avisa ao povoadoA ira da mãe naturezaQue o perigo está concentradoPara devastar a pobreza Uma tromba desce loucaQuebrando galhos assombradosDe folhas poucas do bioma da mataQue areja a favela Há telhados espalhados ao chãoQue tapam os escombrosQue cobrem os tombosDos meninos desventurados E um artista solidárioCom seu pranto engasgadoPercebe que toda a sua riquezaÉ os que habitam ao seu lado