"A estrada " é uma canção que escrevi em outubro de 2007, e que fala do percurso da vida, e do quanto às vezes parece que carregamos um fardo para caminhar. Tudo é um vasto aprendizado para os que tem um coração aberto, aprendemos sobretudo nas perdas ,que é quando mais amadurecemos e nos tornamos mais sábios. A razão é vasta e edificadora, as limitações são plantadas pelo que não compreendemos ainda, e realmente prendem o crescimento interior.
Acredito que de certa forma fazemos o caminho de volta, ou seja, quando fazemos o inventário da nossa própria viagem , e a leitura da soma desse aprendizado, entenderemos a obra .
O ensinamento nunca se avalia, ele não existe para quem ensina, ele consta somente no livro de quem aprendeu com você, é apenas uma fração do processo de aprender.
As vezes a viagem nos parece longa, penosa e cansativa, pois a viagem de volta é uma purificação , a cura de todas as feridas, o retorno a nossa essência e compreensão. Quando parece que não tem fim, significa que andamos muito, que sofremos injustiças, que ferimos e igualmente fomos feridos, que tentamos dar sentido, e que saimos a luta, caindo e levantando inúmeras vezes.
Os pensamentos que pesam são fardos do pesar, angústia e resentimentos que temos que abandonar a medida que retornamos a origem. Paradoxalmente o retorno é a sequência, o início e o fim, este é um dos mistérios bíblicos e inquestionável, aqui escrito por um homem simples.
"Como poderei saber se a nuvem já se foi ", quando sabemos se estamos preparados ou não, simplesmente a resposta não existe, se chega quando o tempo chega.
O corpo em suor e o coração disparando significa a aproximação. Quando nos reconhecemos na ponte e na cachoeira é sinal que sabemos novamente quem somos , e que estamos pronto para seguir de outra forma.
A letra é uma reflexão como "Espelho d'agua", tem um sentido metafísico bem latente, engrandece o ser humano pela ciência do seu conhecimento e da sua espiritualidade, no saber que Deus permite ao homem.
Fiz letra e música , como sempre, nunca consegui ter parceiro para compor, para mim é impossível. Uma vez um amigo pianista , me deu um pedaço de papel com uma linha melódica e me perguntou se eu poderia tocá-la ao violão, o que fiz de pronto, então me perguntou se eu poderia criar uma canção à partir disso, no que respondi de imediato que "não", pois ele é quem a havia escrito e não eu.
" Vou andando pela estrada
Ruminando minhas idéias
Vou pensando nessa vida,
A caminho da minha aldéia
Esta estrada está tão longa,
Que parece não ter fim
Ou serão meus pensamentos
Que me pesam tanto assim
Como poderei saber
Se a nuvem já se foi
Se o meu corpo está banhado em suor
E meu coração, já disparou...
Vejo ao longe uma ponte
Que já foi do meu brincar
Ouço o som da cachoeira
Que já foi do meu banhar
Esta estrada está tão longa
Que parece não ter fim
Ou serão meus pensamentos
Que me pesam tanto assim...
Que me pesam...tanto...assim... "