Eu hoje acordei e pus-me a imaginar
Como seria um dia se eu voltasse a enxergar:
Veria o sol nascer,
Teria o prazer
De ver toda a minha família acordar.
À mesa do café, leria uma porção
Da Palavra de Fé e tomaria a refeição.
Depois iria trabalhar,
Porém, sem precisar
De alguém que me emprestasse a sua visão.
Ao meio-dia, então, pra casa eu voltaria
E, com satisfação, minha família reveria.
Depois do almoço, então,
Veria, na televisão,
O jornalismo com notícias do dia.
À tarde, eu poderia ver a minha mãe querida
Ou me ocuparia com outras coisas da vida.
Depois, ao violão,
Eu cantaria uma canção
Para me aliviar das tensões da lida.
Até que a noite, enfim, traria as estrelas
E a lua sorrindo pra mim. Eu poderia vê-las.
E, sob o seu clarão,
Iria ao culto de oração,
Agradecer a Deus por poder revê-las.
Em casa outra vez, jubiloso de alegria
Por tudo o que o Senhor me fez naquele lindo dia!
O sono roubou-me a visão...
Era só imaginação!
E eu retornei à realidade sombria.
E volto a ser cativo
De não poder ver os meus,
Mas, nem por isso, eu não vivo
Murmurando contra Deus.
Porque eu sei que Ele sabe
O que é o melhor pra mim.
Não se me apague
O Seu Amor sem fim!
Mesmo portando aqui
Necessidade visual,
Logo verei ali
A Canaã celestial,
Onde quero, depois de ver
Em glória, meu Jesus,
Rever e conhecer
Os filhos da Luz.
Quero, depois de ver
Em glória, Jesus,
No céu me comprazer
Com os filhos da Luz.
Da Luz: Jesus!
(Bagre - PA, final do inverno amazônico de 2012, entre 27 e 31 de maio)
Esta letra foi escrita especialmente para o Pr. Antônio Farias, o qual, mesmo sendo um portador de necessidade visual, tem uma alegria contagiante que brilha mais que o sol.