Vejam só como foi minha vida
Na estrada suicida em que eu caminhava.
Em busca de dinheiro e fama,
Atolei-me na lama e só me afundava.
Pensava ser felicidade
O que, na verdade, era pura ilusão.
Os cravos da estrada florida
Abriram feridas no meu coração.
Fui ex-calouro do Chacrinha,
Raul Gil, Bolinha... nada adiantava.
Porque tudo o que eu fazia
Não mais me trazia a paz que me faltava.
Mas mesmo desobediente,
Era consciente dos Planos de Deus.
E, dentre poemas diversos,
Eu fiz destes versos um dos rogos meus:
Ó meu Deus, limpai meus caminhos,
E tirai os espinhos, pois eu vou caminhar.
Ó meus Deus, minha vida é um deserto,
Nada está dando certo. Peço pra me ajudar!
Porém, mesmo pedindo isso,
Eu não quis compromisso com o Senhor da vida.
E, quanto mais fama ganhava,
Eu mais me entregava ao fumo e à bebida.
E andava tão perto da morte:
Acidentes de carro, queda de avião.
E o que eu pensava que era sorte,
Hoje eu sei que era Deus na direção.
Ele, sempre de mim cuidando,
Ia me guiando. Como? Nem eu sei.
Me fez viver sempre em família
E me deu a filha pra quem eu cantei.
Kely, ó Kely, você é pra mim, um pedaço de mim.
Kely, ó Kely, Deus te proteja e te conserve sempre assim.
E, mesmo assim, continuava
Na vida que estava, sem Deus, sem razão.
O povo me idolatrava,
O que mais aumentava a minha solidão.
Assim, cheguei ao meu limite,
Porque Deus permite tudo acontecer
Na vida de quem Ele ama,
Depois Ele o chama pelo Seu poder.
Achou-me na estrada deserta,
Na hora bem certa, a Graça de Cristo.
Até me chamaram de louco,
Não liguei, tão pouco, assumi todo o risco.
O Oleiro foi me refazendo,
Eu fui renascendo, hoje sou vaso enfim.
Não sou mais guerreiro do brega,
Minha vida cega já chegou ao fim.
Não quero ter fama, ser visto,
Guerreiro de Cristo, hoje eu canto assim:
Eu vou, eu vou. Eu vou, eu vou, Eu vou, eu vou
Falar de Deus para o mundo ouvir!