Minha casa é pequenina,
humilde, altaneira.
Uma porta cristalina,
janela de cantoneira.
Situada ao pé da serra,
sombreada de uma figueira.
Um riacho corta-terra,
da fazenda faz fronteira.
A sala tem um carpete,
a cozinha, geladeira.
Onze cômodos, menos sete,
e um deles com torneira.
O meu quarto é elegante,
guarda-roupa de madeira.
Uma cama aconchegante,
pra fazer muita besteira.
Quintal grande com matinho,
dois muros e uma porteira.
De um lado um bom vizinho,
do outro uma fofoqueira.
Um banheiro azulejado,
chuveiro quente e toalheira.
pra tomar banho pelado,
e limpar a porcalheira.
Casa forte alicerçada,
alvenaria de primeira.
Abriga a mim e a minha amada,
meus filhinhos e a caveira.
Dela, falo com orgulho,
nesse tom de brincadeira.
Há quem a ache um bagulho,
mas, pra mim é a videira.