Ganho o meu cantando na rua
Eu "sento a pua" lá no calçadão...
Gosto da vida assim nua e crua
Quer me trombar vá lá no Mercadão!
Na porta do boteco eu compro o bilhete
Só Deus nosso Senhor sabe o que vai acontecer
Esqueceu como é que eu sou...
Aqui vai um lembrete:
Não mexe comigo que eu não mexo com você...
Só me desculpe a verborragia
A língua afiada é meu ganha-pão...
Uma caixinha de fósforo já bastaria
Tudo começaria nessa divisão...
Se não quer ser minha mula não pisa na bola
"Cê" vai ver que essa sola fala mais que o "trezoitão"...
Aquele lá do alto é quem manda na cachola...
Se quiser vir comigo lá tem comunhão
Ajoelho lá na igreja na frente do Sacrário...
Converso com Jesus, eu sei pedir perdão...
Mas não pense, meu "cumpadi", que eu virei otário
Meu samba ainda é no verso...
Minha briga ainda é na mão...
Eu sou filho da mistura e tenho muito orgulho
Sinta só o sangue quente que corre nessa veia
Desculpe o desabafo em forma de barulho
É que eu não tolero quem só joga areia
Diz que canto no boteco, virei pingalhada
E que assim não vou chegar a lugar algum
Só que sai no pinote quando eu "pio" na quebrada
Só leva uma quando tem mais de um...
Olha eu já falei e vou reafirmar...
Larga mão de ser moleque e vê se toma tento...
Faça um upgrade pra me acompanhar
Seu PC "bunda larga" está muito lento...
Essa é minha bandeira e canto com prazer
Conheço esse mercado feito a palma da mi'a mão
Só Deus nosso Senhor sabe o que vai acontecer
Sei que não pago pau, "cê" também sabe que não...
Vou morrer lutando na frente da batalha
Só quando na mortalha é que vou descansar
Só mando idéia forte, só mulo canalha...
Moleque não me atrapalha... (Me) deixa trabalhar...
Sobre essa letra do tamanho do mundo
Sou dono do meu nariz, falo do jeito que eu quiser
Enquanto me abordar com esse seu papo imundo
Aqui no meu partido "cê" vai ser o Zé Mané...
Por ser um língua solta, virou bode expiatório...
Anda criticando o jeito d'eu vender CD
Vai ter que engolir esse seu falatório
Ou então ser inteligente e respeitar meu proceder...
Se acha no direito de me criticar
Porque escancaro a nossa miséria
Prefere polemizar e me rotular
Do que encarar minha proposta como coisa séria!
Sou atualmente a pedra do seu sapato
Meu devagar e sempre "te" perturba demais...
Só que já "tá" na hora de encarar os fatos
Vê se para, "meu cumpadi", c'esse leva e traz..
Você "tá" parecendo uma velha fofoqueira
Qualquer dia desses vai acabar tendo um treco...
Por mais que desaprove e mesmo que não queira
Vou ser o Paulino Neves (partideiro do boteco)
Áudio: no link aí embaixo.