TRINCHEIRA

Publicado por: Paulino Neves
Data: 08/05/2012
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Créditos

Autor(Letra e Música): Paulino Neves FAIXA 02 DO CD GANHO O MEU CANTANDO NA RUA (2008) Samba composto em homenagem ao sambista Bezerra da Silva (no terceiro aniversário de sua morte que ocorreu em 17 de janeiro de 2005)
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TRINCHEIRA

Vou aqui da minha trincheira

Só na dianteira de um novo vapor

Mandando um tributo a um grande sambista

De tanto que a malandragem me cobrou

Pensando bem, teoricamente, o contemporanismo uniu nosso som

Venho nessa batida desde criança,

Na minha lembrança só partido do bom

E, recentemente, por um Zé qualquer

Também fui classificado como sambandido

Se eu dormir no barulho desse Zé Mané

Vou ser mela cueca ou sambobo vendido

Canto assim desde moleque

Vem do tempo dos blacks a minha bagagem

Em resposta a esse produtor de b...

Vou mandando minha homenagem

Desde de criança eu dei valor

Ao seu combate à pilantragem!

Talvez seja por isso que ele se tornou

O embaixador da malandragem

Pernambucano, nordestino de sorte

Veio pra Guanabara escondido num navio

Produto do Morro só idéia forte

Partido-alto de malandro ressurgiu

Depois de três anos da sua morte

Tem saudade o Rio, ainda chora o Brasil

Estou falando de um partideiro

Que não só a malandragem consagrou

Com o seu jeito malandro de protestar

O povo brasileiro se identificou

Comigo também a parada é indigesta,

Não faço festa e nem pago madeira

Pra quem fica de tocaia espiando por fresta

E quando se manifesta é só pra dar rasteira

Semelhanças à parte no estilo e no canto

Entendo perfeitamente a viagem do velho

Que Jesus lhe cubra com seu sagrado manto

No final da sua vida aceitou o evangelho

Precursor de um som indigesto

Sua idéia tá viva naquele moleque

Que realmente intencione em seu manifesto

Ser a cara nova do mesmo protesto

Eu vejo muito trabalhador

Se identificar com sua mensagem,

Mas também Jorge Ben um dia profetizou

Conheço malandro honesto só por malandragem

Neguinho da Beija-Flor é autor da frase

Que o Bezerra citou, mas tem reciclagem

O mundo mudou e tem malandro sem base

Pagando de malandro sem nenhuma malandragem.

Se todo o mundo é malandro, o mané quem é?

Pode ser até quem bate o pé que não é!

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Áudio: no link aí embaixo.

Paulino Neves
Enviado por Paulino Neves em 09/05/2012
Código do texto: T3657986
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