Sofrimento é mato a dor "tá" de novo lá na quebrada...
Tem pilantra assistindo, só de camarote, lá na arquibancada...
Já caducou a fita e tem boca maldita cuidando da minha...
Ontem, de novo, curvei-me aos pés de Jesus lá na Capelinha...
Renovei, no altar, lá igreja de São Francisco de Assis,
A esperança e a fé... Zé Povinho não vai me fazer infeliz...
Se souber de um barraco, lá na sua quebrada, dá um toque pra mim...
Um biombo qualquer que caiba eu, a mulher, meus livros e o "cavaquim"...
Vivo em qualquer canto! Olha, eu não santo, é bom ficar sabendo...
Mas Deus do céu é quem sabe não devo nem a metade do que andam dizendo...
Quem já viveu o que eu vivi parece que traz "o carimbo" na testa...
Pode ser trabalhador que lá pro falador será sempre o que não presta...
Madrugo todo dia, só vivo pro trampo, ultimamente,
Mas errado uma vez, é errado pra sempre pr'aquela gente...
Só que paciência tem limite, malandro não tem sangue de barata...
Bunda mole que fala besteira, tromba o meu capoeira na boca da mata...
Mas, antes, recorro a Deus pra acalmar esse meu coração...
Se faz ou não faz o corre a fama que corre vai de otário a ladrão...
Eu preciso sumir, urgentemente, dos olhos daquele povo...
Se não, qualquer hora me estresso, faço uma besteira, e rodo de novo...
Lá...
Se você demonstra coragem suficiente pra resolver a parada
O álibi do "calça-cagada" é dizer que isso é coisa de gente estressada
Se, em respeito, o malandro se acalma e do fundo da alma propõe anistia...
Eles apertam o cerco na ronda, chegam até tirar onda da sua Poesia...
Mesmo sabendo que do samba como e bebo...
No ar eu percebo uma estranha ironia...
Como quem nunca me deu um centavo quer me fazer escravo de tal filosofia...
C'aquela gente eu não quero mais papo de engolir sapo eu não "tô" mais a fim..
Malandro que é malandro não vive assim...
Se souber de um barraco, dá um toque pra mim!?
...
Áudio: no link aí embaixo: