"Lá vem o Galego...
Cabecinha branca com traço de negro..."
Via olhos claros o verso tá pego
Nasceu partideiro: vai só no sossego!
Filho de uma mistura fogo que na brandura forjou fissura
Nasceu da aventura...
Vai na cara dura vendendo pintura mesmo sem moldura
Na cavalgadura traz fumo de corda lá da agricultura
Mel puro, cultura, lenha, pinga pura
Só pra por mais fervura na temperatura...
Tem por propositura rimar, sem paura, ternura e bravura
Se vício... Resquício de uma ditadura...
Mesmo sem dever vai pagando a fatura...
Prego, tombo, parabelo, faca de ticum...
Próprio corpo, martelo...
Dor que não se paga com nenhum dinheiro
É ver antigo parceiro esgarçando outro elo...
Vou calar o seu falatório...
Com um papo notório bem verdeamarelo
Não fui o primeiro sequer derradeiro
Descendente de negro que nasceu branquelo
Desse seu papo pernicioso nasce o que é danoso
Ao maravilhoso...
Ambiente gostoso "desse povo teu" que me recebeu de modo caloroso
Você já é idoso... Se "tá" curioso, seja habilidoso...
O "barato" pode até ser conflituoso...
Mas talvez por isso até mais valioso
Por que que a gente não senta
E de novo tenta por meio amistoso
Rimar respeitoso com o que proveitoso...
Falar do que é novo e de um tempo saudoso...
Mas se eu descobrir que não passa de mais um "mané" pegajoso
Que fica "pagando" de rigoroso pra dar vaza a algum papagaio fanhoso
Do tipo meloso que se diz tinhoso porque decorou o CD de um famoso...
Vai engolir, nem que sob enfarte, o "start" do refrão preconceituoso