Marcas profundas na areia da estrada
Como se a terra acumulasse algum desgosto
São idos tempos dos transportes das boiadas
Fazenda triste que existe no meu rosto
E quando penso no lugar onde eu nasci
Parece que vejo o gado em meio ao poeirão
Sob a saudade na cidade onde eu cresci...
Abro um portal, que é virtual, pro meu sertão...
No som do carro... Encurtando a rodovia
Ouço mil vezes...
Quase sempre falta uma
Choro sozinho compreendendo a poesia...
De "Estrada Boiadeira" do saudoso Zé Fortuna
Eu canto samba, mas também nasci na roça
Neto e filho das mãos grossas, da enxada e da luta
Filho de uma mistura que se deu lá na palhoça
Vivacidade carioca "triscou" na porção matuta...
Folia, valentia e outras coisas da Bahia
(Me) fizeram um dia "conversar" dessa maneira
A brincadeira aqui comigo adolescia
Já na periferia que fervia igual caldeira
Essa minha malandragem dos meus tios já era aluna...
E os avós lá na tribuna: vivos livros na lembrança...
E o porquê dessa homenagem a Zé Fortuna?...
Numa estrada boiadeira eu corri quando criança...