Não faço versos de amor por capricho,
Meu samba não sente dor por ofício,
Eu bem queria não ser um poeta
Mas poetar por amor virou vício;
Amo demais e não nego essa sina,
É nesse deslize que surge o meu dom,
Prá cada dor vai nascendo uma rima
E cada verso preencho de som.
Se sangra a dor é que fico inspirado,
Prá não chorar eu me agarro ao violão,
Meu coração logo entende o recado
E por aí vai nascendo a canção.