Dá-me de beber, Samaritana!
Dá-me de beber, Samaritana!
Eu venho de longes terras
Seguindo o meu caminho,
Parti ao romper d’aurora
E chego aqui sozinho.
Dá-me de beber ...
Encontro muita gente
Muitos passam por mim,
Em todos sequidão
Fome de amor sem fim.
Dá-me de beber ...
A tua água é viva
E mata este calor,
Mereces mais que vida
A vida do amor.
Dá-me de beber ...
Que lindas são as flores
Que estão à tua roda,
Não deixes qu’os morcegos
Bebam a água toda.
Dá-me de beber ...
Em cada encruzilhada,
Em cada luta insana,
Há sempre um copo d’água
E uma Samaritana.
Dá-me de beber ...
Francisco de Assis
In CANCIONEIRO