parou vestindo
seu traje de festa,
frente ao espelho
nua de alegria,
olhou a ruga
lhe enfeitando a testa,
pouco ligando
ao que esta lhe dizia,
cantarolou,
tal como antigamente,
ousou sorrir,
coisa que não fazia,
bem reparou
que estava diferente,
fingiu porém
que nada percebia!
e foi pra rua
decididamente,
a esquecer
o peso do passado,
andando à êsmo
tão indiferente,
à importância
do certo e do errado,
embriagou-se
de gotas de orvalho,
e nas carícias
da noite escura,
seguiu sem rumo
por motivos vários,
quase chegando
às ráias da loucura!
antonio carlos de paula
poeta e compositor