Árvore humana/
Inquilina duma área/
Delimitada por sua vista/
Que lhe dá prazer.
Árvore humana/
Sexagenária, rija que nem ipê/
Só entre limites/
Acha bom viver.
Árvore humana/
Que na cidade/
Tem medo de tantas coisas/
Até de morrer.
Árvore humana/
Com muitos netos, bisnetos/
E tetranetos/
Soma histórias pra contar.
Árvore humana/
Que sempre diz:/
Já tô véio/
Nunca pra cidade vou/
Pra não me petrificar.
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Copyright: Mauri Brandão de Medeiros
(Publicado em "Melodias maranhenses: melodias do boi. Melodias tropicais" / Mauri Brandão de Medeiros. - São Luís: Gráfica Norte Cópias, 2006. Página 53)