Eu sinto ciúmes do espaço que ocupas
E nos vazios que deixas eu sinto saudades
Meu coração manca sem ti na garupa
Os olhos fraquejam sem tua claridade
Meus pés não caminham de necessidade
Não falo, só grito baixinho a tua ausência
Meu olfato gela sem a tua essência
Meu mundo é mentira sem a tua verdade
O sangue não corre. Nas veias comportas
Se fecham e a vida vira impotencial
O lago tranborda, não vence o “ladrão”
A barragem estoura, racha o coração.
Então, sinto ciúmes das horas que passam
No passo do mundo dos nova-iorquinos
Que as minhas são longas e só me desgraçam
São velhas Senhoras seguindo os meninos.
E enquanto não ouço o carrilhão de sinos
E nem rio as notas dos dois mil violinos
Na hora de festa da tua chegada
Sentado no tempo, eu miro pra estrada...