Nascemos sem ver as causas
Que guiam a criação
Ignorantes buscamos
O lume da paixão
Cremos livres nossos passos
Sem saber de onde vêm
Julga o homem pelo espelho
Seu desejo é seu juiz
Vê no útil o seu conselho
E se crê por isso feliz
Mas as causas mais profundas
Fogem sempre à sua raiz
Louva o que lhe faz agrado
Desprezando o que não vê
Diz que é mérito ou pecado
Conforme o que sente em si
Mistura beleza e feiura
Sem saber de onde vem
Se não ouve quem lhe ensine
Olha em si e vê padrão
Projeta no outro o crime
Que brota do coração
E de sua mente errante
Surge a velha confusão
Mostrarei tua falsidade
E a raiz do desengano
Como o bem virou vaidade
E o mal ganhou arcano
Mas agora não é hora
De desvendar tal pano
Bora focar no agora
Jesus tem pra ti um plano