No jardim onde o tempo não cresce,
Uma semente caiu antes do alvorecer.
Quem pode dizer se ela floresce?
O vento soprou, mas não pode responder.
As flores ao redor guardam seus segredos,
Entre espinhos e galhos secos,
Um silêncio pesado paira no ar,
Como um grito preso que ninguém vai escutar.
Tantas escolhas, quem sabe o que é certo?
Entre sombras e luzes, o caminho é incerto.
Os que plantam e nem sempre saboreiam,
Restam as lacunas das perguntas que semeiam.
E o relógio marca horas sempre atrasado,
Cada tic-tac é um julgamento marcado.
Será que o tempo já escreveu seu destino?
Ou ainda há chance de mudar o caminho?
Lá longe, uma tempestade chama seu nome,
Uma batalha travada entre a alma e o homem.
Soldados de poeira brincando com a sorte
ondas apagam esses rastros de morte
A bandeira tremula sob céus carregados,
Promessas feitas e contratos quebrados.
Quem ergue a espada? Quem paga o preço?
Sangue derramado ao chão no processo.
E o relógio marca horas sempre atrasado,
Cada tic-tac é um julgamento marcado.
Será que o tempo já escreveu seu destino?
Ou ainda há chance de mudar o caminho?
Uma árvore velha, suplica aos sussurros
Seus galhos secos quebrados pedem socorro.
Quantas folhas caíram sem serem notadas?
Quantas frutas que nunca foram provadas?
Uma balança enferrujada, pesando a vida
Todos sabemos o lado que acorda arrebenta
Uns chamam isso de lei, outros de vingança,
Mas quem decide qual é o preço da fiança?
E o relógio marca horas sempre atrasado,
Cada tic-tac é um julgamento marcado.
Será que o tempo já escreveu seu destino?
Ou ainda há chance de mudar o caminho?