Na década em que o caos se faz presente
Violência ergue punho contra docência
Se escancara o sistema incompetente
Na falência que impõe obediência
A escola é refém do capital voraz
Que esconde a verdade sob a névoa escura
E a mente do jovem vazia e fugaz
Se perde na tela que o mundo censura
Levemos na paciência seu brado imponente
Que a sociedade familiar com sua estrutura
Se solidifique contra destruição sorrateira
Forjando reforma íntima em sua cultura
Mas não basta gritar em fervor combativo
Toda luta reside no campo do ensino
Que a práxis refaça o social cativo
Libertando o povo do confuso desatino
Se a escola se rende ao digital império
Se a mente já nasce moldada e cativa
Que valha o saber que desponta sincero
E rompe o algoritmo que torna passiva
Sementes do amanhã no verbo insurgente
Nos entregam ao real ensino e cultivo
Que ergue um sujeito sem ser dependente
Na luta em que o povo se faz coletivo
Que seja portanto a reforma um brado
Que eduque na força da nova aliança
E rasgue os grilhões deste tempo marcado
Por ter na mazela a sua herança
Decimar da Silveira Biagini
Na Cruz Alta-RS, 03 de abril de 2025