Em meio aos delírios deste amor desperdiçado,
Minha mente acinzenta de pavor,
Ser a mesma que antes de mim existiu,
Implorando por um olhar, enquanto você olha para fora.
Quero ser a única, mas já fui a outra,
Teu toque só no meu corpo, teus pensamentos só em mim,
Conseguiria tu, em plena entrega,
Ter-me no físico e na mente, sem fuga, sem fim?
E agora, diante do vazio de um tempo perdido,
Teu amor intensamente prometido,
Faz-me questionar se seria capaz de ser só tua,
Ou se, por dentro, ainda carregas outros amores em ruínas.
O eco das promessas que nunca se cumpriram,
Ressoa nas paredes do meu medo,
E as palavras, por mais doces que sejam,
Não apagam a lembrança de quem veio antes de mim.