O Verniz e as Trevas

A sociedade enverniza o que teme

dourando o caos que se arrasta em brio

mas sob a tinta a verdade geme

clamando alívio rompendo o frio

 

A ignorância em trono de sombra

troveja altiva nega o clarão

zomba do homem que ao solo assombra

e esquece que asas brotam do chão

 

Pois quem caiu se ergue em centelha

renasce em voo despindo a dor

trevas não prendem alma que espelha

o sol nascente no próprio ardor

 

Liberto o passo vibra a mudança

pesa o silêncio no vão julgar

curar-se é rastro de quem avança

é luz que aprende a se iluminar