Há de existir um lugar
Que ainda não tenha dono,
Em que eu possa me abrigar
Em completo abandono.
Um espaço que seja comum
E que por sê-lo, seja também especial.
Que seja de todos e apenas de um,
Meu e nosso, diverso e único, singular e plural.
Um lugar qualquer, qualquer lugar,
Para me oferecer em recolhimento,
Onde possa, tranquilo, me espreguiçar,
Como relva nos montes, sem constrangimento.
Além do horizonte haverá uma paragem,
Onde meu coração derreado possa descansar,
E minh’alma alquebrada recupere a coragem
De voltar a amar para o amor me resgatar.