[Intro]
[Instrumental: Solos de solos de rhodes piano e guitarra em duelo]
[Prefácio]
Não reclame se sua bananeira
De repente sementes duras lhe dá
Antes, agradeça a Deus pelo aviso
Ela sente que a seca virá
Nosso corpo também nos avisa
Quando é hora de se preparar
Pois a vida é só uma estrada
Para um dia a Eternidade alcançar
[Verso 1]
Se o corpo cansar mais que costumava
Se a fome for embora sem avisar
Se o riso for raro, a alma calada
Talvez seja a hora de mais escutar
[Ponte]
Não é um medo, não é um fim
É só um jeito de te lembrar
Que o agora sempre tem espaço
Pra amar, pra sentir, pra abraçar
[Refrão: solos de violino e back vocals]
Sinais do tempo vêm pra nos guiar
Cada passo ensina onde se ancorar
No brilho dos olhos, no toque da mão
Há sempre um jeito de acalmar o coração
[Instrumental: Solo de violão, com bandolim]
[Verso 2]
Se o peito se aperta, a noite se estende
Se a estrada parece um pouco a mais
Que o abraço aqueça, que o tempo abrande
Há sempre um novo amanhecer por trás
[Ponte]
Não é um medo, não é um fim
É só um jeito de te lembrar
Que o agora sempre tem espaço
Pra amar, pra sentir, pra abraçar
[Refrão]
Sinais do tempo vêm pra nos guiar
Cada passo ensina onde se ancorar
No brilho dos olhos, no toque da mão
Há sempre um jeito de acalmar o coração
[Outro]
Então, se sentir o vento soprar
Deixa a vida te embalar
Sinais do tempo vêm pra nos guiar
E o amor sempre há de ficar
[Instrumental solos de violão dedilhado, entrada sutil]
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Transpondo o Portal da Eternidade
Não reclame se um dia sua bananeira começar a dar frutos com sementes duras como pedra. Antes, agradeça a Deus pelo aviso. Esse é um sinal de que uma longa e árdua estiagem se aproxima. A árvore, sábia em sua natureza, apenas se precavê para garantir a continuidade de sua espécie após o retorno das chuvas. Da mesma forma, nosso corpo, essa morada terrena, nos dá sinais quando sua jornada se aproxima do fim. São alertas sutis, por vezes ignorados, que nos convidam a nos prepararmos para a travessia final.
Perda de Peso Inexplicável – O corpo já não assimila os nutrientes como antes. Como uma árvore que perde suas folhas ao pressentir o inverno, ele se desfaz lentamente do que não lhe será mais útil.
Fadiga Extrema e Falta de Energia – O vigor se esvai como um rio que seca aos poucos. A alma se prepara para um novo fluxo, enquanto o corpo reduz sua demanda, reservando as últimas forças para a despedida.
Falta de Apetite e Dificuldade para Comer – Como um viajante que sente que está próximo do destino e já não se preocupa com provisões, assim também aquele que se aproxima da eternidade perde o interesse pelo alimento terreno.
Queda na Imunidade e Infecções Frequentes – A fortaleza outrora inexpugnável começa a abrir suas portas. O corpo cessa a luta contra pequenas batalhas, pois a grande jornada já se anuncia.
Assim como a natureza nos mostra seus sinais, nosso corpo nos sussurra verdades que não queremos ouvir. Mas, ao invés de medo, esses prenúncios podem trazer a serenidade de quem compreende que há um propósito em tudo, até mesmo na despedida.
E quando o tempo da colheita chegar, que possamos olhar para trás e ver que plantamos amor, bondade e esperança, certos de que a travessia não é um fim, mas um novo começo no andar superior.
Antes de nos lamentarmos com esses sinais, antes sejamos gratos por o corpo nos dar esses aviso. É tempo de remir o tempo e vivermos da melhor forma fazendo valer a pena o pouco tempo que ainda nos resta.