Fomos criados simples e ignorantes,
Mas não estamos entregues à própria sorte.
Por mais equívocos em nossa vida errante,
Tudo recomeça no que chamam de morte.
Por tantas vezes em nossa vida eterna,
O Senhor se compadece de nossa situação miserável,
E oferece Seu jugo, Seu fardo, Sua palavra terna,
Que recusamos em renitência expiável.
Antes de encontrar as luzes do Evangelho,
Errei criminosamente pensando servir a Deus.
Mas Jesus cegou os olhos do homem velho,
E à minha vida errante eu disse adeus.
Entre minh’alma e meu passado criou-se uma distância abissal,
O amor preencheu-me determinando a qualidade de minha essência.
E multipliquei Sua palavra, minha palavra visceral,
Carregando minha cruz com fé e tenência.
Quantas vezes já fomos Saulo?
Porque não ser Estevão já nessa vida?
Todos nós podemos ser Paulo,
O amor apaga toda e qualquer falta cometida.
Estamos todos juntos, mártires e algozes,
Agindo e padecendo, desde que fomos criados,
E cantemos juntos num coro de todas as vozes:
Glória a Deus nas alturas e paz aos homens por Ele amados!