Amo-te na lama ou na grama fresca
Que te faz mais verde, Porto amanhecido
E já te encantas no nascedouro da primavera
Amo-te nas águas que se derramam das tuas vidas
Cidade metrópole solidária e já florida
Vejo-te melancolicamente provinciana
Com a tua arquitetura de ares iluministas
Amo-te cidade Madre de Deus
Que num tempo foi açoriana de São Jorge, Madeira e Açores
Cidade dos meus amores
Ternamente amo-te com teus parques e poucos trilhos
De memórias quase apagadas
Por governanças pagãs e distraídas
Amo-te sempre e agora com os teus opacos brilhos
Que ainda verei luzir calmamente
Amo-te cidade de diverso povo
Por teus monumentos e calçadas
E amo-te também na saúde e na doença dos teus dias
Amo-te ainda pelo romper das águas de todos os olhos
Que te abraçaram
E sinto-te despertar no voar macio das asas que te levarão ao alto
Ao infinito de muitos amanheceres