Ó flor que semeei em pouca terra,
Bem sei que sonha ser aquela rosa
Que Deus plantou no topo duma serra,
Oculta numa nuvem gloriosa.
Dali, ela não ouve a voz da guerra
Gritando em meio à treva pavorosa,
E nunca vê que a sorte às vezes erra
Nas horas que ela é muito preciosa.
Contudo, a ti foi dado triunfar,
No meio dessas rochas florescer,
A ponta dos espinhos perfumar.
Por isso, ó flor, escuta o meu dizer:
Melhor com pouca coisa contentar-se
Do que com muita coisa entristecer-se.