ADORÁVEIS DEMÔNIOS

ADORÁVEIS DEMÔNIO

Para cantar, tenho boa voz

Mas só isso não basta!

Na minha vida gasta

Há muito saída da foz,

Escrevo meus poemas

Com sangue e calos,

Resolvendo problemas

Para os quais não calo.

Papéis não reclamam...

Grito em folhas brancas, mudas

As dores que não desaguam,

As dores nuas, perversas, absurdas.

Queria cantar, mesmo em sonhos,

Se assim fosse possível, enquanto vivo

Com quem me assombra com demônios,

Demônios que pacificamente convivo.

Poeta matemático
Enviado por Poeta matemático em 16/11/2024
Reeditado em 16/11/2024
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