O DIA EM QUE O POETA MORREU

Ah! Lua amiga,

Penetra no quarto da bela,

Perfura a janela do desejo meu,

E diz pra ela, baixinho,

Que o poeta morreu.

Vai, mar infindo,

Molhar aquele rosto lindo,

Sussurra no ouvido do meu amor,

Dizendo pra ela, baixinho,

Que o poeta morreu.

Ah! Brisa leve,

Refresca aquele corpo virgem,

Levando essa triste cantiga de adeus,

E diz pra ela, baixinho,

Que o poeta morreu.

Vai andorinha,

Voando serena ao entardecer,

Estica as asas, me faça um favor,

E diz pra ela, baixinho,

Que o poeta morreu.

E no último suspiro dessa poesia,

Versos exprimindo triste despedida,

De um poeta que vive na solidão.

Pois vai então,

Lua amiga,

Mar infindo,

Brisa leve,

Andorinha,

Dizer pra ela:

Que o poeta morreu,

Que o poeta morreu de amor.