E então elas chegam de manhã,
Como uma leve e pura brisa fresca.
Batem na janela e mentem,
Dizendo que dessa vez não serão tão grotescas.
Mas elas estão mentindo,
E você sabe que estão.
Mas se permite abrir a janela,
E então elas te invadem no calor da emoção.
Foi você quem deu permissão,
Então não adianta choramingar.
Foi tolice abrir a janela,
E você abriu porque quer lembrar.
Elas se baseiam em lamentações,
Que te fazem arder o peito.
Suposições que te fazem querer e lembrar,
Que nem tudo é do seu jeito.
Elas te mostram o quanto eram felizes,
Que o que resta agora são árduas lembranças.
Elas te mostram que a dor é a nostalgia,
De um passado que ainda tinha esperança.
Agora em sua cama,
Você se revira de um lado para o outro.
Se apega à mesma frase de todas as manhãs:
“Não foi por tão pouco.”
Elas são as memórias,
Doces, mas também penosas.
Elas são o passado feliz,
E tornam a carga do presente grande e pavorosa.