Um dia o tempo para,
o Cronos se aquieta.
A coluna estala,
o rio sobe a Serra.
Quem dera!
Um dia não será proibido,
nem haverá libido.
O prazer será lembrança,
e a promessa...
esperança!
Um dia, os trêmulos lumes,
veiga de alfazema, perfumes.
Os férvidos beijos negados,
na terra dos desencantos
serão prantos...
guardados.
Um dia, a luz da alvorada,
aurora, no céu todo azul.
Escurece e se apaga.
E assim, o fio de prata
e a brisa do sul!
Um dia, então,
reacenderá a vela
e a trova singela,
do seu coração.