Casamento é construção,
De tijolinhos de palha.
Quem não entende a lição,
Desconstrói e atrapalha.
Começaram bem, foi assim:
Com a bênção do Pastor,
Vosso cantinho de amor,
Na frente tinha um jardim.
Se um dos dois fraquejava,
Ou se o cansaço batia,
O outro se segurava
E assim a vida seguia.
Cada tijolo assentado,
Tinha em si um conceito,
Que se tornou um ditado:
Quando se ama, tem jeito!
Então forte veio o vento.
O telhado balançou.
C'os alicerces tremendo,
O reboco se quebrou.
N'outro dia os dois,
Cada trincado cobriu.
O terno abraço depois
E o casebre resistiu.
Mas a rotina é traiçoeira
E trabalha bem devagar.
Como no caibro a goteira,
Pôs-se a casa a vergar.
Tremeram da casa, os guardas
E os olhos se embaçaram.
Os dois já não tinham armas
E tristes se separaram.
Escombro cobriu o prédio,
O sonho se tornou poeira.
A dor que era sem remédio,
Dele e dela a companheira.
Mas na hora derradeira,
Quando o mal já era feito,
Ambos olharam o jardim
E entenderam a maneira
Que Deus edifica a vida
Em um escrito perfeito.
E encontraram a saída:
Quando se ama, tem jeito!
Reconstruiram a morada.
Por fundamento um anel.
No jardim uma roseira
E tijolinhos pra o céu!
O segredo é ficarem unidos
Você e o seu cônjuge eleito.
Deus não comete equívocos!
E quando se ama, tem jeito!