Ó, lancinante delírio divino,
Embriagaste-me de impoluta dor...!
Nesse infecundo ninho diamantino,
Bordo agônicos sonhos de licor.
O meu dolor canta sem lamentar...:
Compõe jacentes veredas febris,
Congela este mar a me alimentar...
Minh'alma ejacula lágrimas vis!
Afoga-me a sacra Lua turvada,
Altar que persiste em me incendiar!
Brotado de semente envenenada,
Véu dos meus vícios despe-se a berrar.
Por uma etérea onda tecida em fúria,
Sigo a Luz da Amplidão a me clarear...
Sou celestial serpente da luxúria,
É o meu veneno que quero tragar!