Ao deparar-me com sua presença,
ouço uma voz ao pé do ouvido
sussurrando o destino esquecido,
desperto de vez na zona tensa.
À mercê de sua indiferença,
de fato, ninguém será remido.
Pelos vermes serei consumido,
mergulho na escuridão intensa.
Sem espaço para conjecturas,
ou anular as indeléveis nódoas
que idealizavam desventuras…
Tão necessárias que recordo-as
como um infortúnio sempre válido.
Hei de ser só mais um corpo esquálido.
© Ismael Marck em “Arrebol Acromático”,
1ª edição, 2020 — publicação independente