O meu amado é belo, qual lírio dos vales
Como a macieira florida no bosque o vejo
Em sua sombra me assento e descanso
Em seus olhos o brilho intenso do desejo
A voz do meu amado troveja e ruge
A mim se declinam os aromas suaves
Chama-me formosa, a alma refulge
Oh! Rosa de Sarom, lírio dos vales!
Levou-me ao banquete, flâmula do amor
Sustenta-me e embriaga a sublime taça
A mão esquerda sob a minha cabeça
E a mão direita me conduz e abraça
À chegada do meu amor, floriu o outeiro
Sim, o seu sorriso fez brotar as flores
As vides em flor a exalar suave cheiro
Formam a estação propicia aos amores
O meu amado é meu e eu sou dele
Em minha cama o busquei sem achar
Pelas ruas da cidade busquei aquele
Que despertou em mim o amor
Antes que refresque o dia e fujam as sombras
Irei ao monte de mirra e ao outeiro do incenso
Onde seu amor instiga e aos ventos zimbras
Pois, és a formosura em vida e o amor intenso
Minha esposa, manancial fechado, fonte selada
Os teus renovos são fortes, um pomar de romãs
Cada caminho me conduz a ti, ó minha amada
Frondoso descanso, flamejante flamboyant
Favos de mel manam seus lábios quentes
E as bênçãos de Deus os sonhos cobrem
Jardim que destila aromas e frutos excelentes
Tal é a minha amada ó filhas de Jerusalém
(Baseado em Cantares de Salomão).