Consciência

Consciência desperta como um sol de memória,

Em pele negra, forjada na glória,

De Zumbi e Dandara, cujos nomes ecoam,

Na terra que insiste em silenciar seu chão.

O preconceito, sombra fria que espreita,

Nos olhares, nas palavras que mal se deitam.

Mas há uma força antiga que ressurge,

No tambor da resistência que não se ilude.

Racismo é corrente que insiste em prender,

Na cor, no cabelo, no jeito de ser.

Mas há luta nas veias, sangue que pulsa,

Clamando por justiça que nunca se ofusca.

A classe, moldada em cor e suor,

Divide, separa, mantém a dor.

Mas o povo se ergue, em luta constante,

Contra um sistema que é tão distante.

Raça é a marca, mas não é prisão,

É história, é vida, é revolução.

Na consciência negra, um grito ecoa,

Pelo fim da opressão, que tanto destoa.

No horizonte, um sonho insiste em brilhar,

Onde a pele não pesa, onde o amor faz morar.

E a luta de classes, de raça, enfim,

Será memória de um tempo ruim.

Que venha o amanhã, sem corrente ou muro,

Onde o negro caminhe em um solo seguro.

Consciência viva, que jamais será em vão,

Enquanto houver luta, haverá libertação.