Foto: Minha querida Patos-Pb no sertão rodeada pela serra da Borborema.
Participação do poeta cordelista, Zédio Alvarez, a quem agradeço o convite.
MOTE
As chuvas irão voltar
E o sertão vai renascer
( Zédio Álvarez)
1
Diante da ignorância
Dum povo desinformado
Há muita inconstância
Desolação por todo lado
A natureza a agonizar
E o povo a padecer
As chuvas irão voltar
E o sertão vai renascer
2
Despertar antes que tarde
Pras consequências dos atos
Cada dia há mais alarde
Não ignoramos os fatos
Os jornais a anunciar
O que pode acontecer
As chuvas irão voltar
E o sertão vai renascer
3
Nem a meteorologia
Consegue com exatidão
Garantir o que anuncia
Sempre há contradição
O sertanejo a esperar
Sem condições de prever
As chuvas irão voltar
E o sertão vai renascer
4
Temperaturas subindo
Reservatórios secando
Vegetação consumindo
A seca se alastrando
Natureza a reclamar
O homem sem entender
As chuvas irão voltar
E o sertão vai renascer
5
Sertanejo não desanima
No coração traz a fé
Olha pro céu e se anima
Promete pra São José
O seu dízimo pagar
De tudo que ele colher
As chuvas irão voltar
E o sertão vai renascer
6
As muiés rezam o terço
Faz novena todo dia
Pela terra têm apreço
Também pela confraria
O pé não vai arredar
O céu vai lhes atender
As chuvas irão voltar
E o sertão vai renascer