Um coração indeciso
É mal que maior não há.
Se perde por um sorriso
E pelo próximo que virá.
Um coração vagabundo,
É um coração amargurado.
Quer abraçar todo o mundo
Mas vive só e abandonado.
Sem verdade, sem certeza,
Sem dono e sem ninguém.
Jamais saberá a beleza
Do amar e do querer-bem.
É o fogo que se apaga,
Antes do forno aquecer.
É um defunto que vaga,
No limbo do próprio ser.
Em espera angustiante,
De um viver que dá pena.
É uma alma tão vacilante,
Que até Deus o condena.
Não é quente e não é fria.
Também é fogo de palha.
É o choro de covardia,
Do desertor na batalha.
Tal qual o pão batumado
Não agrada ao paladar
O ser de ânimo variado
Jamais poderá amar.
Como estrela cadente,
De existência tão fugaz.
Sofre o coração vacilante,
De um viver inconstante,
Tal e qual é o Satanás!