Por essas veredas
Quantas incertezas regem o vento?
Quantas pegadas perdidas nas estradas?
Quantos meninos descalços estirados,
E nem mesmo o sol consegue levantá-los?
Já estão livres da dor, do ócio e da fome.
Quantos becos se entrelaçam
Em meio à escuridão da noite?
Quantos perrengues dissonantes
Bem próximos às metrópoles?
São meninos, senhoras e senhores,
Reféns do tempo e da condição,
Amarrados numa corda invisível do “não”,
Muitas vezes acolhidos por alguma força maior.
De lá veem grandes edifícios,
Daqui grandes sacrifícios.
De um lado, um lado crendo soberano,
Daqui, a grandeza de buscar felicidade em pequenos indícios.
Me diz, quem realmente é feliz?
Qual dessas felicidades sustenta?
São humanos tão perto e distantes,
Separados, enxergando o mesmo horizonte.