Não fui eu que inventei
Somente ouvi dizer
Pode ser verdade eu sei
Já tive chance de ver
Churrasco de pobre não tem nada regulado
Ao chegar já se encontra a linguiça fatiada
Batuqueiro ou violeiro, entre tudo chope gelado
Cantigas de alegria, conversas e risaiada
Churrasco de rico é diferente
Tem empregado uniformizado
Tudo segue ritual, pra comer não se vê nada
Convidados do estrangeiro e papo sincronizado
É na mesa e em prato chique, obedecendo a hora marcada
No de pobre se come à vontade
Canta, bebe, ri e até se chora de emoção
É festa de liberdade a alegria é de verdade
Se senta em qualquer lugar, se preciso até no chão
Freezer de rico é abarrotado de carne nobre
Tem salmão, bacalhau e picanha de sobra
Pra tudo ficar bom, depende da arte do pobre
O rico vem com o dinheiro e o pobre com a mão de obra
Pobre tem é isopor, mas por isso não se humilha
Dentro dele tem muito é arte pra sobreviver
É simples mas é bom, com alegria compartilha
Se falta a nobreza do rico, sobra o bem querer
Rico fala em “Estocolmo”
Pobre pergunta como está
No fim tudo é festa
Pra quem sabe “aproveitá “
O que fiz é brincadeira, fui na onda popular
Nesta ou naquela festa é preciso compreender
Tudo só tem sentido se no fim a gente gostar
Não tem isso nem aquilo, nem tem esse nem aquele
O que tem é saber viver.