Meu bem, você me acha imaturo

Diz que eu só penso em mim

Que não ligo pra mais nada

Mas eu juro...

Que atrás daquele muro

Há um querubim sem asa

Você só me enxerga de um lado

Mas eu sou como um prisma

Sou o futuro e sou o passado

Mas eu juro...

Que atrás daquele muro

Há um anjo que cisma

Meu bem, eu sou um poeta

Há tanto a saber do mundo

Do quadrado até o cubo

Mas eu juro...

Há planos e muitas retas

Logo atrás daquele muro

E, meu anjo, de alguma forma

Eu sei que enxergo bem

Estou a procura da verdade

Mas eu juro...

Desde o muro até o além

Eu olho pra eternidade.

Entenda que eu sou assim

Eu sou o filho da Alva

Um guerreiro, um nefilin

Mas eu juro...

Que após aquele muro

Há um anjo querubim.

Mas eu sou mesmo assim

Sou teu e sou do universo

Sou o fim que já chega

Mas eu juro...

Sou o verso e o reverso

Sou um pavio que fumega!

Eu sou a voz da profecia

Que traz o apocalipse

Dos abismos mais profundos

Mas, amada, eu juro...

Que ficaremos bem juntos

Naquela elipse grafitada...

No muro.