SONETO ALUADO

Socorram a lua que chora!

Corram, consolem-na agora!

Ela lamenta, pois sente dó,

Dos poetas que vivem tão só.

Acalentem a deusa Diana, a casta!

Que Mimnermo lhe sopre um rondó!

Afastem-na da companhia nefasta,

Dos poetas que vivem tão só.

O luar desvairado incendeia casais,

Poetas solitários são seres anormais,

Escravos lunáticos da solidão.

Queremos morrer, mas é tarde demais,

Não podemos viver, pois somos leais

Ao destino letal do fanal da paixão.