A arte do encontro

Quando a boca da noite beija a lua,

E cochicha pro sol: até amanhã!

E se ouve o cantar do Acauã,

E minha boca vem beijar a sua...

 

O pomo de Adão se insinua

Pelo monte de Vênus, lentamente...

E sobe, rastejante, qual serpente,

Pra comprovar que a vida continua.

 

Quando a boca da noite beija o sol,

A serpente penetra o girassol,

E meus lábios descolam-se dos seus...

 

A lua diz pro sol que já é hora,

E brilha, um pouco mais, e ri, e chora...

Até sumir na curva do adeus!

 

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 15/08/2024
Código do texto: T8129576
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