Quando a boca da noite beija a lua,
E cochicha pro sol: até amanhã!
E se ouve o cantar do Acauã,
E minha boca vem beijar a sua...
O pomo de Adão se insinua
Pelo monte de Vênus, lentamente...
E sobe, rastejante, qual serpente,
Pra comprovar que a vida continua.
Quando a boca da noite beija o sol,
A serpente penetra o girassol,
E meus lábios descolam-se dos seus...
A lua diz pro sol que já é hora,
E brilha, um pouco mais, e ri, e chora...
Até sumir na curva do adeus!