Caminhando à beira do rio,
Sobre as pedras lisas e úmidas,
Deixei meu rastro sombrio,
Entre gotas e salpicos.
Ouvi o sussurro da brisa,
E o borbulhar das águas claras.
E livre minha mente divisa,
Entre sonhos e quimeras.
Pouco deixava meus passos,
A correnteza logo apagava,
E o rio em breve intervalo,
Roubava-me a marca deixada.
Assim, a vida, efêmera e veloz,
Permite apenas cultivar
Planos breves, sem grande arroubo,
Como água que flui sem cessar.
E, enfim, os nossos caminhos
Vão desaguar-se no mar.