Quando escrevo um texto
Meu texto possui mil faces
Cada letra é um pretexto
Cada texto mil disfarces
Se digo que eu te amo
Não amo porque lhe digo
Se sou fulano ou sicrano
Se sou bênção ou castigo
Sou uma certeza relativa
Uma absoluta contradição
Eu sou a dúvida precisa
Pelo sim ou pelo não
Se digo que não a quero
É vero que eu lhe minto
E nesse meu lero-lero
Fica o dito pelo não dito
Sou um sonho imperfeito
Um poema que não rima
Sou o aperto no peito
Do choro que se aproxima
Sou o refúgio secreto
Quiçá, a última saída
Pronome do caso reto
Conjugado à sua vida.