Valdi Rangel
As ruas por onde eu andei
Eram todas caladas
Gente nas calçadas
Pessoas talvez mal amadas
As ruas que eu conheci
Eram todas desconhecidas
Na realidade, eram avenidas
Passarelas escuras
De uma tristeza encardida
Que me negavam
A felicidade da vida
As ruas por onde eu vim
Me trouxeram no silencio
Colocaram em minhas mãos
Um pequeno lenço
E me fez um ser solitário
E hoje ainda penso
Porque eu vim por aquelas ruas?
As ruas que eu andei, eram vielas
Becos sem saídas
Ruas loucas e compridas
Cheias de pedaços sem vidas
Que apenas serviam
Para aumentar dentro de mim as minhas feridas.