Cana-tinga, a flor dos pampas,
Espalham-se nas envernadas
E, soltas aos ventos, chimpas,
Fartas cachopas alouradas.
As moitas de melenas ruivas,
Erguendo-se como um pendão,
Fazem dissipar as brumas
Nas escarpas de um espigão.
É lindo ver suas plumas
Se espalhando ao vento,
Me fazem lembrar das suas
No rincão do pensamento.
E, de tardinha nos campos,
Ao espraiar-me da dura lida
À sombra dos áureos ramos,
Choro a milonga sentida.
São belas tranças castanhas,
Tal qual do potro é a crina,
Mas o xiru nas campanhas
Jamais se esquece da china.
E, numa tarde de tez dourada,
Com o capim d'ouro em testilha,
Voltarei pra ti, minha amada,
A mais linda flor das coxilhas.