Cruel monstro do lamaçal,
Veio descendo a montanha,
Encheu de barro o curral,
Cobriu de lixo a campanha.
E nessa desleal batalha,
A espada de nada serviu.
Com a pilcha por mortalha,
Cobriu-se o sul do Brasil.
Chimangos ou maragatos,
O mesmo sangue carmesim.
Os caramurus, os farrapos,
Unidos na morte, enfim.
Mas a bandeira persiste,
Vermelho, verde e amarelo.
Cercado de água resiste
O forte potro caramelo.
Por três dias na cumeeira,
Como Cristo o Salvador,
Pendão da grande “peleia”,
Símbolo de luta e de dor.
Mas, essa terra vermelha,
Por esse sangue bendito,
Lembra a Cruz missioneira,
Sacrossanta cruz de arenito.
O Rio Grande se levanta!
Essa é a minha oração.
E o gaúcho trova e canta,
Preservando a tradição.