Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aá...
Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aá...
Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aê Aê, Aá...
Senhor,
Neste momento sagrado,
Não tenho nada para oferecer-te,
A não ser estas mãos vazias.
Mãos calejadas que plantam,
Colhem e amassam o pão tão minguado,
Na mesa de todos os dias.
Eu te ofereço a face,
Coberta de suor e lágrimas;
As chagas abertas que nunca cicatrizam,
Meu corpo ensanguentado,
Pelo peso da cruz que carrego;
Pelo trabalho escravo da vida inteira,
Mas tão escassa, a colheita.
Trago o grito sufocado,
No fundo da minha alma.
Em vão minhas preces se fazem,
Em resignado silêncio.
A liberdade cerceada...
Poe este “cale-se” amargo,
Que transborda de dor e sofrimento.
Senhor,
Tenho fome...
Senhor,
Tenho sede.
Convida-me para a tua ceia,
Alimenta meu corpo,
Com o pão que fortifica,
Aviva meu espírito,
Com o sangue das suas chagas.
Devolve-me a esperança,
Com o poder de tuas palavras.
Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aá...
Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aá...
Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aê, Aê Aê, Aá...
Mari Watanabe
Lélia Angélica