Sonhei que vi Jesus naquele monte
Cercado de uma turba enfurecida,
A angústia vi talhada em Sua fronte,
De espinhos coroada e tão Ferida;
Naquela estranha cena ali vivida
No monte do calvário, no horizonte,
Daquela cruz a sombra produzida
Eu vi formar da terra ao céu uma ponte.
Ao ver as rudes mãos do seu carrasco
Aquelas santas mãos na cruz pregar,
Senti em minhas mãos o prego posto!
Olhei pra o deicida e senti asco,
Mas quando o contemplei, pude notar
Que o rosto do carrasco era o meu rosto!