OPERÁRIO-PARCERIA-HAMILTON HAGARD

Publicado por: José Corrêa Martins Filho
Data: 15/05/2024
Classificação de conteúdo: seguro

Créditos

TÍTULO: OPERÁRIO MELODIA: HAMITON HAGARD POESIA: JOSÉ CORRÊA MARTINS FILHO
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Operário

( Poesia Melodiosa - HH055 ).

O galo sacolejou asas,

Cantou alto, leve, solto.

O sossego foi às favas,

Soou outro, mais outro.

Se espalhando pela vila,

Olhares, por linda aurora.

Mais um dia sorve sina,

A senha de hora em hora.

Levanta-se, o descansado,

Polindo-se, cabeça aos pés.

Veste-se no jeito, asseado.

E nutrido com pão no café.

Uma sacola, à tiracolo,

Rala, mas já de quebra galho.

Avante, tem mais solo,

Ao posto, de se ater trabalho.

Chegando, registra cartão,

A pedido, lhe sobra a lama.

Sujado, pois terá quinhão,

À vontade, por quem ama.

Martelo, a repicar no prego,

Profissão, da hora, ajeitado.

Ainda é de melhor emprego,

Neste ofício, se faz honrado.

Meio-dia, ecoa a sirene,

Novo gás, de boa refeição.

Energia na luta perene,

Marmita, no arroz e feijão.

A hora não passa, voa.

Um descanso sem a digestão.

Mestre, sua voz entoa,

Com as ordens em cada mão.

A tarde cai, demorada,

No suor do trabalhador.

A tarefa desmoronada,

Aos vistos do reparador.

Errar é normal, é humano,

Quanto a felicidade do povo.

Qual festa, no fim do ano,

Põe a graça, repete de novo.

Por findo, na recuperação,

A tarefa teve êxito, prumo.

Sol triste, se indo da ação,

Visa, seguindo outro rumo.

Retoma seu caminho, de casa,

Arcado, cansado e com fome.

Sacode, tira poeira em massa,

Da lama que do corpo, some.

Novo amanhã, a mesma correria,

Repetir-se-á, com muita certeza.

Guardar-se-á de força, a energia.

Onde se estrutura, em fortaleza.

Mas, repete-se mês a mês,

A necessidade, do operário.

Que para o patrão é a vez,

De pagar, no miúdo salário.

Recebe o seu pagamento,

Qual os ventos na poeira.

Dívida assunta tormento,

Sugam trigos da peneira.

Não triste e nem contente,

Prossegue, assim, por luta.

Pois é a lenha do batente,

Instante que tem permuta.

Vida não deixa de ser bela,

Faz liga com luz, na emoção.

comanda a sina, essa fera,

Enquanto amor for coração.

O sorriso vigora na esperança,

Nos pingos que pedem, atenção.

Igual adejo, da meiga criança,

Que sorri tão bela, por diversão.

José Corrêa Martins Filho
Enviado por José Corrêa Martins Filho em 01/05/2024
Reeditado em 15/05/2024
Código do texto: T8053934
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