Você sabe de onde venho?
De uma casinha que tenho
Ela fica dentro da mata.
Banhada por represas...Cascatas.
Quando a gente se levanta,
A passarada inteira canta.
Cantam os sabiás, sanhaços.
Rouxinóis, quero-queros.
Até araras do peito amarelo
Cantam...Cantam...cantam
Como se seu cantar
Pudesse aos quatro cantos da terra chegar!
O sol, por entre árvores frondosas...majestosas
Vem minha face acariciar!
No jardim quase sem vida
Um ipê se derramando em flor
Dá guarida a uma rosa desfalecida.
Como se fosse ele seu protetor!
Já, a azaléia toda prosa,
Se acha melhor que a rosa
Por sentir seus braços vibrando em esplendor
Um jasmineiro tão branco
Tomba de leve no banco
Esperando...Seu amor!
Lá, quando desço pela estrada.
Encontro uma casa abandonada
Com um quê de tristeza e dor
Meu olhar...Sob um pôr do sol dourado
Brinca de esconde - esconde.
Como se pudesse um ser alado.
Sem que eu possa notar
A noite acaba por me achar!
Cobre-me de leve com seu manto
Como se fosse acalanto...Cantiga de ninar
Jogo meu corpo na rede
Para ver a luz branda do luar!
Ali, com sua face prateada,
A lua apaixonada
Encontra-me a esperar
Agora...
Que sabes de onde venho
Não te esqueça de me visitar!